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Estratégias para estimular a inovação no setor jurídico

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“Inovar é experimentar novos caminhos para alcançar resultados que os métodos disponíveis não permitiram.” Essa foi uma das falas de Gisele Ribeiro, gestora de projetos da Vale, no Conversas Invertidas que ocorreu em 24 de outubro de 2024. Designer, especialista em estratégia empresarial e mestre em inovação, ela é responsável por gerenciar os projetos de inovação tecnológica e transformação digital da Vale.

Segundo Gisele, inovar não é uma ideia brilhante que você tem durante o banho, inovar é um processo, dividido em muitas etapas em um esforço contínuo que envolve identificação de problemas e exploração de soluções para que se chegue em um produto final. Mas afinal, quais estratégias podem estimular esse cenário?

1. Entenda o Design Thinking

“Design significa projeto e não desenho”. Para Gisele, um bom designer vai muito além de alguém que faça arte bonita. O design está muito voltado para o estratégico e não focado exclusivamente no estético. A partir de um bom projeto, dividido em etapas, é possível aplicar conceitos e ideias para se chegar em um produto final.

O design thinking é um processo que visa encontrar soluções inovadoras para problemas complexos, fundamentando-se na empatia, experimentação e colaboração. Essa abordagem destaca-se por sua capacidade de entender as necessidades reais dos usuários, permitindo que as empresas desenvolvam produtos e serviços que realmente atendam às demandas do mercado.

2. Confie no Seu Feeling

Para Gisele, a inovação envolve mais do que seguir métodos tradicionais – é preciso confiar no seu feeling, especialmente quando se trata de projetos disruptivos. Esse feeling, ou raciocínio abdutivo, vai além de dados concretos e usa a intuição e a experiência para encontrar soluções. No mundo corporativo, onde nem sempre temos respostas definitivas, esse raciocínio é fundamental para navegar na incerteza.

3. Trabalhe a Empatia

Gisele reforça que a empatia é fundamental na aplicação do design thinking. É preciso “sair do ar condicionado” e ir vivenciar as dores que atingem seus colaboradores e clientes. Assim, será possível expandir a intuição para identificar problemas na prática e pensar em ideias inovadoras.

“Se você não viver na pele do seu cliente, se você não conseguir sentir o quanto isso é ruim para ele, não é possível gerar a solução, porque você vai buscá-la a partir de um ponto de vista seu, na sua bolha, do seu conforto”, disse Gisele.

4. O Método “Hipótese de Problema Relevante”

A aplicação do design thinking, como Gisele explica, “é um processo que começa com a identificação de um problema altamente relevante, com alto potencial de mercado”. Ela chama esse processo de “Hipótese de problema relevante”, como um método utilizado em diversas empresas para se criar ideias inovadoras de solução de problemas:

Identificação: Definir um problema relevante e identificar seu impacto no mercado

Aprofundamento: Realizar uma análise de mercado, buscando inspiração em cases e feedback de clientes e stakeholders.

Novo Ponto de Vista: Com as informações coletadas, reavaliar o problema sob uma nova perspectiva.

Ideação e Priorização: Realizar brainstorms com equipes multidisciplinares e priorizar as melhores ideias.

Desenvolvimento: Decidir como desenvolver a solução, seja internamente, com startups, ou com tecnologias externas.

Esse processo ajuda a criar soluções inovadoras para problemas significativos e validar ideias antes de lançá-las no mercado.

5. Quebre o seu mercado

Por fim, Gisele apresenta três horizontes da inovação, sendo o primeiro o menos arriscado e o último o que contém mais riscos:

Horizonte 1 – Inovação e Eficiência: Utilizar tecnologias e soluções consolidadas para mercados existentes.

Horizonte 2 – Inovação de Crescimento e Sustentação: Aplicar tecnologias e soluções emergentes em novos mercados.

Horizonte 3 – Inovação Disruptiva: Usar tecnologias e soluções novas para criar mercados que ainda não existem.

Um exemplo abordado por Gisele que ilustra o Horizonte 3 é a Embraer e seu desenvolvimento de eVTOLs, popularmente chamados de “carros voadores”. O veículo aéreo será feito para viagens de curta distância, dentro de uma mesma cidade ou para cidades próximas. Com previsão de operação para 2026, eles representam uma inovação disruptiva, visando reduzir o tempo e o custo de viagens. A proposta é democratizar os voos urbanos, com a estimativa do preço ficar mais próximo ao de uma viagem de carro por aplicativo do que um voo feito por helicóptero. Assim, a Embraer, tradicionalmente uma fabricante de aviões, está “quebrando o mercado” para explorar um segmento completamente novo.

“Se for para alguém ‘quebrar o seu negócio’, que seja você. Porque, se for seu concorrente, você já estará um passo atrás.” Já pensou o que pode ser o carro voador do seu negócio?

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