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Sem juridiquês: o desafio de se fazer entender para crescer (e o papel do marketing jurídico)

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Por Ricardo Borges

Provavelmente você já ouviu falar em “juridiquês”. Esse termo traduz uma prática presente entre advogados e advogadas: a de se comunicar utilizando palavras pouco conhecidas, construções gramaticais complexas, conceitos técnicos e expressões em latim nada familiares a quem atua fora do Direito. Em outras palavras, é como dizer que existe um idioma próprio dentro da advocacia.

Porém, quando o marketing jurídico entra na jogada, não dá para continuar se restringindo a esses métodos de comunicação. Especialmente considerando que, atualmente, profissionais e escritórios de advocacia precisam se destacar, mais do que nunca, para serem encontrados pelos seus potenciais clientes, novos talentos e demais públicos de interesse. 

Para se ter uma ideia do nível da concorrência on-line, 94% dos escritórios têm perfil no LinkedIn e 98% estão com site no ar, segundo a Pesquisa Advocacia.SA Marketing Jurídico divulgada no início deste ano. Mas a hipercompetitividade não se limita ao digital.

Então, se o seu conteúdo precisa de tradução, você pode ter um problema de comunicação – e, por consequência, dificuldades na expansão dos negócios e até na fidelização de clientes.

Particularmente, eu já passei pela experiência de ajudar um profissional do Direito a se desvencilhar do uso de termos técnicos. Enquanto auxiliava um advogado no preenchimento de um questionário para concorrer a um ranking de advocacia, ele se mostrou um tanto confuso ao perguntar por que eu pedia que ele explicasse o significado de um determinado instrumento jurídico. Coube a mim lembrá-lo que os responsáveis por avaliar os casos encaminhados nessas submissões são formados em jornalismo, não em Direito.

QUANTO MAIS GENTE TE ENTENDER, MAIS GENTE IRÁ TE OUVIR

Já na internet, simplificar a linguagem jurídica tem outro papel também importante; o uso estratégico de palavras-chave levará o seu conteúdo a ser encontrado com mais facilidade nos sites de busca e tornará o seu material mais atraente nas redes sociais. Afinal, quanto mais gente te entender, mais gente irá parar para te ouvir, para te ler, para te assistir.

No marketing jurídico, quando traçamos uma estratégia de comunicação a ser colocada em prática, definimos um tipo de perfil específico que deve ser atingido com o conteúdo produzido – a chamada persona. Isso não significa que falaremos apenas para ele ou que somente ele irá nos procurar, afinal, o público-alvo é mais abrangente e utiliza diversos canais de comunicação. Hoje, você, profissional do Direito, fala com clientes, colaboradores, parceiros comerciais, fala com o futuro da advocacia e até com diferentes grupos sociais.

A adoção de uma comunicação mais acessível também traz outra vantagem com grande potencial de ajudar você a fechar negócios. Sendo mais claro, você adquire uma maior capacidade de agregar valor à sua prestação de serviço. Por exemplo: em uma reunião, falar que você “pode realizar uma suspensão da execução fiscal” não é o mesmo que dizer que você “pode garantir maior fôlego de caixa a uma empresa”. Nas redes sociais, afirmar que você “presta assessoria para adequação às novas regras da LGPD” não é o mesmo que dizer: “ajudamos você a atuar de acordo com as novas demandas do mercado”.

A LINGUAGEM CERTA PARA O MOMENTO MAIS ADEQUADO

O profissional de marketing tem papel determinante na orientação da comunicação de advogados e advogadas que pretendem falar e escrever para públicos fora do ramo da advocacia (como é o caso da advocacia de negócios, vale lembrar). Embora seja muito importante que os próprios profissionais do Direito possam se apropriar da prática para contribuir da melhor forma possível com as estratégias de comunicação ajudando a torná-las mais eficientes. Além disso, um dos desafios do Direito atual é combater o estigma de que a profissão é inacessível. E uma das formas de lidar com isso é através da comunicação acessível.

De forma alguma, estou dizendo que os profissionais do Direito não sabem se comunicar. Na verdade, muito do resultado de seu trabalho é baseado na forma apropriada de defender suas posições e seus clientes. Assim, se o seu cliente precisa investir tempo traduzindo a sua entrega para torná-la compreensível a quem de fato tem a demanda dentro de uma empresa, por exemplo, você tem uma trava na percepção de valor do seu serviço

Em tempos de Diversidade & Inclusão em alta, pleno uso das redes sociais, visual law sendo aplicado dentro dos escritórios de advocacia e um maior compromisso com o impacto social das atividades do Direito, não dá para continuar apostando no uso de uma comunicação tão restritiva. Contudo, também é importante sempre lembrar que, em determinados momentos, será exigida uma maneira diferente de se manifestar e se fazer entender. O mais apropriado é reservar os jargões jurídicos e os outros formalismos para os tribunais.

Se as questões de marketing jurídico também impõem muitos desafios para você, pode contar com a nossa ajuda! A equipe da LSD está à disposição para ajudar você a desenvolver uma boa estratégia de comunicação.

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