Escrito por Ricardo Borges.
Já pararam para pensar que vivemos rodeados por diversas formas de contar uma boa história. São livros, novelas, reportagens, séries, filmes… E, com certeza, muitas dessas narrativas também encantaram você, despertaram sensações e ficaram na lembrança.
Eu já fui noveleiro de plantão por algum tempo e hoje acompanho a permanência das novelas como um dos produtos audiovisuais de maior audiência da televisão brasileira – um feito conquistado há mais de seis décadas! Isso para não falar na sua presença no streaming e no uso de diversos frames de cenas icônicas virando memes nas redes sociais.
Nazaré Tedesco (Senhora do Destino, 2005) “calculando” a lógica da situação começou com a história de uma vilã debochada. O espírito de Alexandre possuindo Téo em A Viagem (1994) começou com a história de um homem que não queria desencarnar, após sua morte, em nome de uma vingança. Dois exemplos de que boas histórias ficam na memória por muito tempo.
Mas uma narrativa é um storytelling?
Por falar em redes sociais, no marketing digital também existe espaço para compartilhar boas histórias. É nesta hora que entra o storytelling. Mas você sabe o que é o storytelling?
Trata-se de um recurso do marketing utilizado para despertar o interesse das pessoas contando uma história que faz parte da nossa rotina. Nas mídias sociais, é comum ver pessoas compartilhando suas experiências. Esses relatos da vida real promovem um impacto maior e têm o poder de despertar identificação com a situação.
Mas o storytelling também pode ser parte de um conteúdo, para explicar a utilização de um produto no contexto de uma apresentação mais ampla, por exemplo, ou a sua utilização pode estar na estrutura de um conteúdo. O que significa que a narrativa é apenas um dos elementos de storytelling.
No marketing jurídico, a história é outra
Quando falamos do storytelling no marketing jurídico, o uso desta técnica tem um potencial determinante. Afinal, como oito em cada dez escritórios de advocacia estão investindo nas mídias sociais, o uso do storytelling oferece uma excelente oportunidade para desenvolver um conteúdo diferenciado para conquistar o seu público.
Contudo, existem algumas particularidades a serem consideradas sobre o mercado jurídico ao apostar no uso de narrativas no marketing de conteúdo do seu escritório de advocacia. Antes de qualquer coisa, é preciso conhecer bem o perfil do seu público-alvo – uma regra universal para todas as estratégias de marketing.
Também é importante ter clareza sobre o que é permitido ou vedado pela OAB na produção de conteúdo publicitário. Além de evitar penalidades, esse cuidado garante a credibilidade da sua marca e mantém uma boa reputação.
Por fim, mas não menos importante, a sua história precisa manter uma coerência narrativa, um compromisso com a honestidade e trazer fatos reais que expressem o significado do seu trabalho. Dando a devida atenção a esses critérios, posso assegurar a vocês que é possível compartilhar boas histórias sobre seu escritório.
Muito além do “era uma vez”
Já vimos aqui que existem várias formas de colocar o storytelling em prática. E com a diversidade de funções que as redes sociais oferecem, você pode utilizar, ao mesmo tempo, de forma estratégica, texto, imagens e áudios fazendo com que os conteúdos sejam complementares.
Mas a escolha do formato não pode ser feita de qualquer jeito. Sabia que, entre os perfis de marca, post no formato reels lidera o volume de interações no Instagram, segundo a edição mais recente do relatório Mídias SociaIs 360º?
Outra ideia bastante eficiente é recorrer a uma série de postagens que estejam relacionadas ao mesmo tema para despertar o interesse e a curiosidade do leitor para as “cenas dos próximos capítulos”.
E recorrer a histórias reais no storytelling é importante não só para trazer uma sensação de proximidade e confiança, mas também para garantir o caráter informativo exigido no marketing jurídico. Mas não se esqueça de adotar uma narrativa envolvente.
A importância do “herói”
Assim como nas novelas, ter um protagonista na sua história também faz toda diferença e torna a sua marca mais humana já que empresas com líderes ativos na internet são 23% melhor percebidas pelos clientes, de acordo com a HootSuite. Independente do cargo, o que realmente importa é ter um bom personagem para seguir nesta jornada.
A propósito, quem domina a metodologia da “Jornada do Herói”, criada por Joseph Campbell, entende bem as estruturas fundamentais para a construção de uma boa história. Campbell identificou um padrão presente em diversas narrativas famosas onde uma pessoa comum pode virar herói ao passar por uma jornada (dividida em três atos e 12 fases) que o obriga a lidar com obstáculos que vão ajudá-lo a evoluir como ser humano no final:
- 1º ato: Mundo comum, Chamado à aventura, Recusa ao chamado e Encontro com o mentor;
- 2º ato: Travessia do primeiro limiar, Provas, aliados e inimigos, Aproximação da caverna oculta e A provação;
- 3º ato: A recompensa, O caminho de volta, A ressurreição e O retorno com o elixir.
Pois é, são muitos detalhes e métodos envolvidos na produção de um bom storytelling. Por isso, o apoio de uma agência especializada vai ajudar muito você na produção de conteúdos que deem à história do seu escritório de advocacia a importância e o engajamento que ela merece.
Mas não se esqueça: para seu marketing construir tudo isso, é fundamental que haja um bom fluxo de comunicação. É preciso sair do “urgente” e do gargalo de aprovações. Até porque, na maioria dos casos, as demandas “urgentes” poderiam ter sido repassadas com antecedência e teriam um tempo mais adequado para serem trabalhadas sob o aspecto do storytelling. O planejamento no repasse de informações é um aspecto crucial para o desempenho de uma comunicação melhor trabalhada estrategicamente.
________________________________________________________
Se você espera proporcionar uma experiência sensorial marcante para os seus seguidores, entre em contato com a LSD | Legal Sensory Design que vamos ajudar você.